
Existe uma fórmula de atrair o público e a mídia que sempre deu certo dentro da cultura pop. Em diferentes épocas, conhecemos garotas que acabam atingindo um alto nível de sucesso por fazerem músicas açucaradas, fáceis e gostosas de escutar. Geralmente, no visual, elas demonstram um estilo "lolita", que conquista tanto o público infanto juvenil pela inocência que passam, quanto os maiores de idade pelo fraco - porém existente - apelo sexual, esteja ele inserido nas roupas, em versos que acabam deixando transparecer segundas intenções ou apenas no que pode estar escondido dentro de tanta inocência, o que acaba liberando imaginações na cabeça do público adulto.
Ariana Grande será a nova ex-comportadinha da música pop?
Como em um filme, a fórmula consiste em plantar na cabeça do público a primeira semente, dar a eles os primeiros cutucões, beliscos e tapinhas, até chegar o grande conflito, deixando todos chocados, eletrizados e se perguntando o que vem a seguir. E o que vem a seguir? Visuais ousados, músicas erotizadas, atitudes escandalosas, coreografias sensuais e tudo que pode fazer alusão a rebeldia, sexo, drogas e liberdade de expressão. Geralmente, o público infantil - se nessa altura não tiver crescido - é deixado de lado e fãs novos são conquistados, todo mundo acaba falando sobre "a X estar fora de si, querendo atenção da mídia e usando o corpo para isso" ou sobre "a Y ter finalmente se libertado do controle da sua gravadora, ter crescido e estar pronta para encarar o fracasso comercial ou o sucesso absoluto'', porém, todo mundo esquece que essa história já se repetiu muitas vezes.
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Confiiiiide iiiiiiin meeeeee. |
“Eu era muito mais uma boneca no começo. Eu estava cega pela minha gravadora. eu era incapaz de olhar para a esquerda ou para a direita.” - Kylie sobre os primeiros discos produzidos pelo trio SAW.
I Should Be So Lucky (1987) produzida pelo trio SAW e Where Is The Feeling? (1994/95) da fase com a Descontruction.
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Minha cor favorita é rosa bebê =^^= |
“Só porque eu estou sexy na capa da Rolling Stone não quer dizer que eu seja safada.” - Britney sobre sua primeira capa na "Rolling Stone".Após dois álbuns de estúdio, a música "I'm A Slave 4 U'' foi lançada e junto com o clipe e as performances, Britney acabou juntando a imagem de ídolo teen que havia conquistado com a imagem de símbolo sexual com referências em Janet Jackson. Logo após o termino do namoro de anos com Justin Timberlake, o mesmo afirmou que fez sexo com Britney em uma rádio, além de induzir o público a pensar que uma traição da parte de Britney aconteceu no seu single "Cry Me A River". Os motivos das mudanças musicais e visuais de Britney ao longo dos anos sempre foram consequências de conflitos pessoais, e nesse ponto, a influência do término foi tão grande que Britney chutou o balde, beijando Madonna no VMA 2003 e gravando o disco "In The Zone" que tinha sexo e diversão como temas principais, finalizando de vez a transição que havia ganhado força em "I'm A Slave 4 U".
Sometimes (1999) da era "inocente" de Britney e I'm A Slave 4 U (2001) dando início a fase "adulta".
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YASSSSSSSSS SLAY XTINA!!! |
“Estou em posição de poder, no comando completo de tudo ao meu redor.” - Christina sobre o vídeo musical de "Dirrty".O disco "Stripped" se trata de uma gravação auto biográfica onde Christina canta sobre se libertar de qualquer tipo de preconceito, censura, controle ou pretensão. O conceito era trazer a artista ''nua'', sem o hype alcançado como estrela juvenil e garota inocente no primeiro disco. Visualmente o conceito foi reproduzido por clipes, performances e ensaios fotográficos minimalistas apresentando a artista com pouca roupa em um visual mais urbano, com pierciengs, cabelos trançados, pele mais escura, jeans, couro, mini saias e calças rasgadas. Já na sonoridade, as músicas ganharam um toque de R&B contemporâneo, sem deixar o estilo pop de lado.
What A Girl Wants (1999) e Can't Hold Us Down (2002/2003) evidencia a mudança de temas para o mesmo target: garotas
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Who's bad? |
“Significa que eu tenha ficado um pouco rebelde no álbum, quebrando a minha antiga postura, estou correndo riscos.” - Rihanna sobre o álbum "Good Girl Gone Bad".Todo mundo só foi perceber o quanto Rihanna poderia ser mais má do que já tinha sido foi quando a mesma lançou o álbum "Rated R". As letras acompanhavam o um visual mais apelativo, sombrio e rebelde da cantora pós agressão que sofreu do namorado Chris Brown. Rihanna estava mais madura e falava liricamente sobre sua vida e suas experiências, além de falar sobre perdas, ódio, angustias e incertezas.
Pon de Replay (2005) apresenta Rihanna como cantora R&B e Disturbia (2008) apresenta ao mundo seu lado excêntrico.
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Nobody's perfect. |
“Eu não estava tentando ser sexy, se eu estivesse tentando ser sexy, eu poderia ter sido sexy. Posso dançar muito melhor do que eu estava dançando.” - Miley sobre a apresentação de "We Can't Stop" no VMA 2013.Miley finalizou Hannah Montana e 3 anos depois voltou com o disco "Bangerz". A sonoridade urbana com influências do pop e do country, as músicas que se tratavam de amor, sexo e diversão e as inúmeras parcerias com rappers se fundiu junto com o apelo extremamente sexual, jovem e divertido da era. Miley recomeçou a carreira fazendo apologia ao uso de drogas, usando as calças rasgadas inspiradas em Christina Aguilera e se importando com a opinião dos conservadores tanto quanto Madonna se importaria.
The Best Of Both Words (2006) mostra Miley como Hannah e Can't Be Tamed (2010) é a primeira tentativa de matar a personagem.